Hoje vim prestar minha homenagem ao poeta do rock, Renato Russo (27/03/1960 - 11/10/1996).
Poucos dos novos sabem que faço parte da adoração messiânica à Legião Urbana.
Quanto aos antigos, já me ligaram hoje para saber se eu vi as matérias nos sites.
Hoje, dia 27 de Março, ele estaria comemorando 50 anos de idade :-)
A Legião não é, simplesmente, uma banda de rock nacional qualquer. Pra mim ela é a descoberta de um novo mundo.
Me lembro, quando ainda pequena, que ouvia aquela voz grave berrando nas rádios e me arrepiava. Não entendia o que ele queria dizer com "Geração Coca-Cola", mal sabendo que eu também fazia parte dela.
Poucos dos novos sabem que faço parte da adoração messiânica à Legião Urbana.
Quanto aos antigos, já me ligaram hoje para saber se eu vi as matérias nos sites.
Hoje, dia 27 de Março, ele estaria comemorando 50 anos de idade :-)
A Legião não é, simplesmente, uma banda de rock nacional qualquer. Pra mim ela é a descoberta de um novo mundo.
Me lembro, quando ainda pequena, que ouvia aquela voz grave berrando nas rádios e me arrepiava. Não entendia o que ele queria dizer com "Geração Coca-Cola", mal sabendo que eu também fazia parte dela.
Em 1989 com o quarto álbum da banda, As Quatro Estações, eu já entendia tudo e já sabia todas as letras. Aquela guitarra simples do Dado, as batidas quase previsíveis do Bonfá e os gritos do Renato se desenvolviam com o passar dos anos. Eles ficavam cada vez melhores, as letras cada vez melhores e o público cada vez mais legionário.
Foi nessa época que conheci o rock n roll.
Não existia internet para pesquisar, então minhas fontes eram capas de revistas, televisão e rádio. Ponto!
Via na mídia as camisetas de banda que o Renato usava e comprava as revistas de rock para saber quem era aquele "cara" estampado na camiseta do Renato, ou que banda era aquela.
Beatles eu já conhecia. E quem não conhecia?
Assim fui conhecendo os maiores nomes do rock mundial... "Sex Pistols. Isso é punk? O que mais é punk?"
Fui conhecendo, lendo... mas achava o punk muito agressivo. Preferia a "reinvenção" da Legião Urbana.
Comecei a ouvir mais variantes do rock e, por fim, descobri que era disso que eu gostava.
Meu negócio era guitarra e muitos berros.
Claro, com o amadurecimento, você vai ouvindo tudo e conhecendo música de uma forma geral. Mesmo porque meus pais ouviam músicas dos anos 70, pop 80 e música de raiz.
Desde que me descobri como ser pensante, eu sou alucinada por música.
A Legião me apresentou um outro mundo.
Eu e meus amigos da época, alguns presentes até hoje, ouvíamos muito e tínhamos cada vinil como relíquia.
E com o passar dos anos já compreendíamos como estava se sentindo o nosso Trovador Solitário. Sabíamos se ele estava caminhando com sexo, com as drogas, com rock n roll, ou com sua solidão. E os momentos intrínsecos dele eram super pesados. A gente podia sentir o que ele sentia.
Foi nessa época que conheci o rock n roll.
Não existia internet para pesquisar, então minhas fontes eram capas de revistas, televisão e rádio. Ponto!
Via na mídia as camisetas de banda que o Renato usava e comprava as revistas de rock para saber quem era aquele "cara" estampado na camiseta do Renato, ou que banda era aquela.
Beatles eu já conhecia. E quem não conhecia?
Assim fui conhecendo os maiores nomes do rock mundial... "Sex Pistols. Isso é punk? O que mais é punk?"
Fui conhecendo, lendo... mas achava o punk muito agressivo. Preferia a "reinvenção" da Legião Urbana.
Comecei a ouvir mais variantes do rock e, por fim, descobri que era disso que eu gostava.
Meu negócio era guitarra e muitos berros.
Claro, com o amadurecimento, você vai ouvindo tudo e conhecendo música de uma forma geral. Mesmo porque meus pais ouviam músicas dos anos 70, pop 80 e música de raiz.
Desde que me descobri como ser pensante, eu sou alucinada por música.
A Legião me apresentou um outro mundo.
Eu e meus amigos da época, alguns presentes até hoje, ouvíamos muito e tínhamos cada vinil como relíquia.
E com o passar dos anos já compreendíamos como estava se sentindo o nosso Trovador Solitário. Sabíamos se ele estava caminhando com sexo, com as drogas, com rock n roll, ou com sua solidão. E os momentos intrínsecos dele eram super pesados. A gente podia sentir o que ele sentia.
Quando ele resolveu sair do armário já estava numa outra fase. Já sabíamos que ele era soropositivo, gay, alcoolatra e o maior poeta do Brasil. Não nos importava se ele gostava de "Meninos ou Meninas" ou se "Estrani Amore" era o que ele sentia.A força legionária continuava lá.
Vinhamos sentindo que o Renato estava mais na esquiva do que o normal. Não aparecia mais em tv, quase não fazia shows, gravava álbuns melancólicos e dava uma ou outra entrevista para a Mtv ou revista.
Lembro como se fosse ontem.
Em 1996 minha mãe se sentou na beira da minha cama por volta das 10h da manhã acarinhando meu cabelo: "Filha, acorda. Você está acordada? A mãe precisa te dar uma notícia que vai te deixar muito triste."
Eu acordei devagar, ouvi minha irmã mais velha aos prantos e perguntei: "O que aconteceu? Quem morreu? Não foi o Renato Russo não, né?"
O silêncio da minha mãe foi mortal.
Em questão de 5 minutos o telefone da minha casa começou a tocar. Meus amigos estavam preocupados em como eu havia recebido essa notícia, se eu já estava sabendo ou se eu estava bem. Minha mãe foi incisiva o telefone: "Elas não estão bem. Liguem mais tarde."
Eu fiquei revoltada.
Quebrei um monte de vinil (sobrou só alguns) e rasguei matérias. Por pouco não destruí tudo. Minha mãe correu guardar os CDs e um poster (que hoje está num quadro em casa), afinal pagamos caro por cada um e ela sabia que eu me arrependeria depois.
Mãe sempre tem razão.
No fim de semana seguido do falecimento, eu tomei o maior porre da minha vida.
Chorei por meses.
Virei alvo de chacota de alguns imbecis da escola... "Lá vem a menina de preto chorando por causa do viado".
Na verdade eu cagava pra eles. Cagava um monte!
Eu queria que aquela saudade se transformasse em algo bom.
E seguindo os anos, isso aconteceu.
Comecei a guardar novas matérias, colecionar novos Cds lançados em homenagem, revistas, posters, etc.
Hoje, meu amor por esse cara e essa banda continua. No auge dos meus 30 anos eles continuam me dizendo o que eu preciso ouvir.
Eles me entendem melhor que Clarice Lispector ou Freud... rs.
Em questão de 5 minutos o telefone da minha casa começou a tocar. Meus amigos estavam preocupados em como eu havia recebido essa notícia, se eu já estava sabendo ou se eu estava bem. Minha mãe foi incisiva o telefone: "Elas não estão bem. Liguem mais tarde."
Eu fiquei revoltada.
Quebrei um monte de vinil (sobrou só alguns) e rasguei matérias. Por pouco não destruí tudo. Minha mãe correu guardar os CDs e um poster (que hoje está num quadro em casa), afinal pagamos caro por cada um e ela sabia que eu me arrependeria depois.
Mãe sempre tem razão.
No fim de semana seguido do falecimento, eu tomei o maior porre da minha vida.
Chorei por meses.
Virei alvo de chacota de alguns imbecis da escola... "Lá vem a menina de preto chorando por causa do viado".
Na verdade eu cagava pra eles. Cagava um monte!
Eu queria que aquela saudade se transformasse em algo bom.
E seguindo os anos, isso aconteceu.
Comecei a guardar novas matérias, colecionar novos Cds lançados em homenagem, revistas, posters, etc.
Hoje, meu amor por esse cara e essa banda continua. No auge dos meus 30 anos eles continuam me dizendo o que eu preciso ouvir.
Eles me entendem melhor que Clarice Lispector ou Freud... rs.
Fim do ano passado fui fazer um trabalho em Brasília (DF).Duas amigas que moram lá, Jubby e Fabiana, me avisaram que teria o evento "Porão do Rock".
Topei assistir o show.
Estava rolando Paralamas do Sucesso. Foi bem legal.
De repente olho no telão e quem está sendo homenageado? Claro, o "Rei Nato", como diz Paulo Ricardo (RPM).
As lágrimas já brotavam nos meus olhos. Que saudade! E eu estava na cidade dele!!
Haveria uma banda surpresa naquela noite.
Na hora eu matei: "O Bonfá e o Dado vão tocar!!!!"
Eu quase morri.
Chorei como se eu tivesse 5 anos de idade, mas me senti melhor quando notei que a platéia inteira presente chorava como eu... "Ufa! Não estou sozinha nessa."
Liguei na hora pra minha irmã, que mora em Sorocaba (SP), pra dar a notícia de onde eu estava... quase morreu ao ouvir o que eu disse.
Minha amiga Fabi chorava ao me ver chorando... ahahaha. Coitada.
O último show da Legião Urbana foi em 1995.
Quarta-feira dessa semana, 24.
Quando li num site que o Bonfá e o Dado estariam no programa Altas Horas comemorando o aniversário do Renato Russo, eu fiquei enlouquecida.
Eu liguei na produção do programa e conversei com a produtora.
Ela ficou muito tempo ouvindo minha história, pediu meu telefone e disse que me ligaria pra tentar me encaixar na gravação do programa.
Na quinta-feira, 25, eu descobri que meu joelho estava deslocado
Fui ao médico colocá-lo no lugar e voltei com a perna engessada, cheia de dor.
Na sexta-feira, 26, as 16 horas, a produtora do Altas Horas me liga - "Juliana? Tudo bem? Aqui é fulana do Altas Horas. Onde você está?"
Eu gaguejei e disse que estava em São Bernardo.
"Então vem pra cá agora! Eu consegui um lugar especial pra você. Você é fã, não pode perder!"
Isso foi ontem, 26.
Minha perna continua engessada...
Não tinha grana pro táxi, não tinha carona pra ir até lá e não podia pegar ônibus.
Não fui na gravação.
Perdi a comemoração de aniversário do meu poeta, não estive presente na primeira aparição da banda na tv sem o Renato... Meu coração estava em frangalhos ontem. E hoje também, porque assistirei pela tv com a dor de "era pra eu estar lá".
Minha amiga Fabi chorava ao me ver chorando... ahahaha. Coitada.
O último show da Legião Urbana foi em 1995.
Quarta-feira dessa semana, 24.
Quando li num site que o Bonfá e o Dado estariam no programa Altas Horas comemorando o aniversário do Renato Russo, eu fiquei enlouquecida.
Eu liguei na produção do programa e conversei com a produtora.
Ela ficou muito tempo ouvindo minha história, pediu meu telefone e disse que me ligaria pra tentar me encaixar na gravação do programa.
Na quinta-feira, 25, eu descobri que meu joelho estava deslocado
Fui ao médico colocá-lo no lugar e voltei com a perna engessada, cheia de dor.
Na sexta-feira, 26, as 16 horas, a produtora do Altas Horas me liga - "Juliana? Tudo bem? Aqui é fulana do Altas Horas. Onde você está?"
Eu gaguejei e disse que estava em São Bernardo.
"Então vem pra cá agora! Eu consegui um lugar especial pra você. Você é fã, não pode perder!"
Isso foi ontem, 26.Minha perna continua engessada...
Não tinha grana pro táxi, não tinha carona pra ir até lá e não podia pegar ônibus.
Não fui na gravação.
Perdi a comemoração de aniversário do meu poeta, não estive presente na primeira aparição da banda na tv sem o Renato... Meu coração estava em frangalhos ontem. E hoje também, porque assistirei pela tv com a dor de "era pra eu estar lá".
Nada é por acaso também.
Já foi.
Hoje, dia 27, ele completaria 50 anos de idade.
E completa, digamos assim. Seu legado continua entre nós.
Sei que foi extenso e peço desculpas.
É que há mais de 10 anos que eu não lembrava dele com tanta força.
Força sempre :-)
Esse vídeo foi gravado no Rio em 1994. Um dos últimos shows.
Sempre se esquecendo das letras...rs.
ÍNDIOS.
Já foi.
Hoje, dia 27, ele completaria 50 anos de idade.
E completa, digamos assim. Seu legado continua entre nós.
Sei que foi extenso e peço desculpas.
É que há mais de 10 anos que eu não lembrava dele com tanta força.
Força sempre :-)
Esse vídeo foi gravado no Rio em 1994. Um dos últimos shows.
Sempre se esquecendo das letras...rs.
ÍNDIOS.
Mas também, Índios é o tipo de letra que a gente seeempre erra alguma coisa, ahaha
ResponderExcluirMenina, não fazia ideia desse fanatismo. Que barralidar com a notícia da morte e, anos depois, não poder ir à apresentação ».«
Força Ju
Que relato bacana o teu. Encontrei teu blogger através do fernandaguedes.blogspot.
ResponderExcluirAcho dificil encontrar quem não gosta de legião. Existem os que sabem acompanhar umas letras, os que odeiam e os que amam tudo o que ele escrevia.
Já passei por todas essa fases. Cheguei a esconder cds "O descobrimento do Brasil"do meu irmão de tanto que ele ouvia e eu odiava. Isso a uns 13 anos atras. Hoje tenho todos os cds. As musicas de legião trazem grandes e boas lembranças... abraços